Incidente chocante de profanação no Cemitério Iguaçu Velho, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, deixou a comunidade local perplexa e indignada. O túmulo de Sabrina Tavares de Almeida, uma jovem pensionista de 31 anos vítima de assassinato, foi invadido por vândalos que, de forma macabra, retiraram a cabeça do corpo e colocaram uma tigela de barro no lugar.
Essa tigela continha garrafas de bebidas e papéis, sugerindo uma possível prática religiosa. O caso veio à tona quando o administrador do cemitério, Adilson Miguel da Silva, notificou a Polícia Civil sobre o incidente ocorrido em março deste ano.
Polícia acredita em ritual religioso
As investigações estão em andamento, e um perito do Posto de Polícia Técnico-Científica de Nova Iguaçu compareceu ao local para examinar a situação. O cemitério, conhecido como Cemitério dos Escravos, está situado em uma área remota cercada por vegetação e terrenos, sem muro ou cerca, o que pode ter facilitado a ação dos vândalos. A tampa de concreto do túmulo também foi encontrada quebrada, evidenciando a ação contundente que violou o sepulcro.
O pai de Sabrina, Jorge Luiz Gomes de Almeida, só tomou conhecimento do ato de vandalismo quase um mês após o ocorrido, quando foi informado por um coveiro que algo estranho havia acontecido com o túmulo de sua filha: “Ela foi assassinada e não teve paz nem no cemitério”, disse o pai da jovem que pede explicações.
O delegado José Mário Salomão de Omena, responsável pela investigação na 58ª DP (Posse), acredita que há indícios de que o ato tenha sido um ritual religioso. Segundo ele, os responsáveis acreditam que não serão descobertos, o que torna o caso ainda mais perturbador. O crime foi enquadrado no artigo 210 do Código Penal, que trata da violação de sepultura, acarretando uma pena de 1 a 3 anos de prisão.
Jovem teria sido assassinada pelo cunhado
A polícia informou que Sabrina foi assassinada pelo ex-cunhado, Mateus da Silva Osório Ferreira, que a alvejou a tiros enquanto ela dormia ao lado de sua mãe em agosto de 2022. A motivação do crime estaria relacionada a um interesse no imóvel deixado pelo falecido marido de Sabrina, que era irmão do suspeito e também foi assassinado em 2016. A disputa familiar pelo imóvel e pensão após a morte do policial militar Cristiano da Silva Ozório Ferreira gerou ameaças contra Sabrina e culminou em sua trágica morte.