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Na última segunda-feira (27), a rede de cerveja Petrópolis, proprietária das marcas Itaipava, Cabaré, Petra e Crystal entrou na Justiça do Rio de Janeiro com uma solicitação de recuperação judicial. A companhia possui R$ 4,4 bilhões de dívidas.
Nesta terça-feira (8), a 5ª Vara Empresarial do estado concedeu à rede uma medida cautelar, determinando que Banco Santander, Daycoval, BMG e Sofisa liberassem os recursos da empresa, o montante totalizava cerca de R$ 383 milhões.
Pedido feito com urgência
No pedido feito em caráter de urgência, o grupo Petrópolis ressaltou que uma parcela de R$ 105 milhões de uma de suas operações financeiras estava para vencer. Segundo a companhia, a inadimplência da parcela, pode comprometer de forma imediata o caixa e as outras operações do grupo.
A rede teria sofrido um grande impacto no caixa, no valor de R$ 395 milhões por ano, devido ao aumento básico dos juros. Segundo a petição, o grupo, que criou 24.000 empregos diretos e cerca de 100.000 indiretos, passa por uma crise de liquidez há 18 meses devido à queda na receita. Em 2022, a companhia vendeu cerca de 24,1 milhões de hectolitros das bebidas produzidas, uma queda de 23% comparado com 2020.
Processo de recuperação judicial, o que é?
Não há benefício para a sociedade com o fechamento de uma empresa, pelo contrário, ambas as partes, empregador e empregado, sofrem por uma má gestão empresaria. Por isso, a recuperação judicial visa renegociar prazos e dívidas, além de devolver à empresa seu papel social perante a sociedade. Quando isso acontece, as empresas podem discutir legitimamente saídas para uma possível crise econômica e financeira.