Deputado Nikolas Ferreira usa peruca e partidos pedem cassação após fala transfóbica

MPF pediu para a Câmara dos Deputados apure a fala de Nikolas Ferreira (PL-MG)

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Na última quarta-feira (08/03), quando foi celebrado o Dia Internacional da Mulher, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) usou a tribuna da Câmara dos Deputados para um discurso transfóbico. Com uma peruca amarela e em tom machista, ainda elogiou mulheres que têm filhos e constroem família.

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A fala logo repercutiu entre a oposição, que entrou com pedidos de cassação do deputado. O MPF (Ministério Público Federal) pediu para que a Câmara faça uma apuração sobre o caso.

Deputado bolsonarista

Defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nikolas tem ganhado os holofotes nas redes sociais e imprensa pelos seus posicionamentos considerados conservadores e falas polêmicas. Na última, se denominou “deputada Nicole” ao colocar uma peruca e dizer “se sentir mulher”.

“As mulheres estão perdendo seus espaços para homens que se sentem mulheres… Estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade”, falou o deputado, que ainda completou dizendo que defende os pais que tentam impedir que “marmanjos” entrem no banheiro de suas filhas.

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A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) usou as redes sociais e criticou: “Transfobia é crime”, comentou ao lembrar que junto da bancada do partido na Câmara, entrou com pedido de cassação do deputado. 

O mesmo foi feito pelo também deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que confirmou o mesmo pedido feito pelo partido. Ele ainda disse que Nikolas deve responder pela fala no Conselho de Ética da Câmara.

Memes nas redes

Eleito o deputado mais votado do Brasil com quase 1,5 milhão de votos, Nikolas, que é considerado um bolsonarista, não escapou dos internautas que chegaram a relacionar o discurso como uma maneira de abafar o escândalo envolvendo a apreensão de joias que seriam destinadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a esposa Michelle.

A Mesa Diretora da Câmara deve apurar possível violação de ética. Conforme decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o crime de transfobia foi equiparado ao de racismo e passou a ser tratado como hediondo, com pena que pode variar de 2 a 5 anos de prisão, sem possibilidade de fiança.