Falece aos 64 anos a mulher que teve a vida destruída por Roger Abdelmassih e foi a primeira a denunciá-lo

Vana Lopes fez da punição contra o médico Roger Abdelmassih a sua luta de vida e abriu caminho para que outras vítimas o denunciassem.

PUBLICIDADE

Faleceu neste sábado, dia 28 de janeiro, aos 64 anos de idade, a estilista e ativista Vana Lopes, vítima de complicações provocadas por um quadro de câncer de mama contra o qual lutou por quatro anos. Ela ficou nacionalmente conhecida por ser a primeira mulher a denunciar os crimes cometidos pelo ex-médico Roger Abdelmassih, condenado por violentar dezenas de mulheres em sua clínica de fertilização em São Paulo.

PUBLICIDADE

Em 2021, quando deu uma de suas últimas entrevistas públicas, Vana Lopes comemorou a prisão de Roger Abdelmassih, sentindo-se em paz por vê-lo pagando pelos crimes que cometeu: “Ele é o que é: um nada”, disparou a emblemática frase.

Vana Lopes lutou pelas vítimas de abusos

Depois dos crimes dos quais foi vítima nas mãos de Roger Abdelmassih, a estilista usou sua história de vida para impulsionar a causa em defesa das mulheres. A ativista foi a responsável por fundar o Grupo Vítimas Unidas e se tornou a primeira mulher a prestar queixa às autoridades policiais em razão dos abusos sofridos em 1993.

Desde então, Vana Lopes trabalhou incessantemente para reunir outras vítimas de Roger Abdelmassih e, juntas, formaram um amplo acervo probatório que contribuiu para a condenação judicial. Além de auxiliar nas elucidações dos crimes cometidos pelo ex-médico, o Grupo Vítimas Unidas também forneceu apoio psicológico às mulheres que sofreram pelas violências.

Relembre a condenação de Roger Abdelmassih

O ex-médico foi condenado a 278 anos de reclusão por decisão do juízo de primeira instância. Os seus advogados de defesa recorreram da sentença e a pena foi reduzida para 173 anos. Ao todo, 39 mulheres formalizaram denúncias em face de Roger Abdelmassih, acusando-o de abusos cometidos em sua clínica de fertilização. O sentenciado se aproveitava das pacientes quando estavam adormecidas pela utilização dos anestésicos para o cometimento dos crimes.

PUBLICIDADE