Idosa é resgatada após 72 anos em trabalho análogo à escravidão, 134 anos após abolição da escravatura

Mulher foi resgatada de situação análoga à escravidão e se encontra sob os cuidados da Prefeitura do Rio de Janeiro.

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O dia 13 de maio é marcado por ‘celebrar’ os 134 anos da Abolição da Escravatura no Brasil. Infelizmente, essa data vem marcada com as situações degradantes da população negra que foi escravizada por séculos no país. Nesta sexta-feira (13), vem à tona um caso revoltante de uma idosa que ficou em situação análoga a escravidão por 72 anos.

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Este é o caso mais longo desse tipo de situação já registrado no país. A mulher foi resgatada há cerca de dois meses, após uma denúncia efetuada de forma anônima. Segundo o Ministério do Trabalho, a mulher passou a vida inteira prestando serviço para a mesma família sem receber qualquer tipo de salário ou benefícios, que são de direito de todos os trabalhadores brasileiros.

Idosa é resgatada após 72 anos em situação análoga à escravidão

A assistente social Cristiane Lessa, que é diretora do centro de recepção de pessoas idosas, onde a mulher está sendo cuidada, informa que ela não sabe que foi escravizada por todo esse tempo e que não tem noção alguma de tudo o que aconteceu a ela.

A mulher não teve a identidade divulgada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, como forma de preservar a sua imagem. Ela está sendo cuidada no centro de idosos desde quando foi resgatada do antigo local em que vivia, no dia 15 de março. A idosa não teve filhos, perdeu contato com os familiares e não se casou.

A denúncia levou os agentes até a uma residência que fica na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Ela foi encontrada em um ambiente em que dormia em um sofá, na entrada do quarto principal da moradia, trabalhando como cuidadora da dona do imóvel.

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Empregadores alegavam ser da família

O auditor fiscal do trabalho, Alexandre Lyra, disse que os empregadores alegavam que mulher era da família e eram eles que falavam em nome da idosa e que davam as respostas por ela. Relatou ainda que a mulher não estava de posse de seus documentos, todos ficando nas mãos da dona da casa.