Mãe detalha atitudes dos 3 filhos dias antes de perderem a vida em Petrópolis: ‘estavam adivinhando’

Crianças de 6,11 e 13 anos morreram e pais estão desolados com a tragédia.

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Francisca Maranguape Silva, de 50 anos, não consegue se alimentar desde terça-feira (15). A base de suco e água, a mulher tenta sobreviver à perda dos três filhos: Daniel, de 6 anos, Stepanhie, 11, e Mila, 13. A dor é grande. O marido e pai das crianças, Fábio Machado Silva, 44, também sofre bastante.

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No sábado (19), eles tentavam a identificação dos corpos. Fábio contou ao g1 que tudo aconteceu muito rápido. Ao ouvir um barulho parecido com o de um trote de cavalo, ele chamou pelos filhos dentro de casa. A água jogou o homem longe, a 30 metros de distância. Só deu tempo de ele pedir aos filhos que subissem para o andar superior.

Quando conseguiu retornar para casa, 20 minutos depois, já não havia mais o que fazer. Francisca estava trabalhando quando tudo aconteceu. A chuva caiu durante a tarde e causou muito estrago na cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro. Em questão de horas, choveu mais do que o esperado para o mês.

Lembrança dos filhos

Francisca falou sobre atitudes incomuns dos filhos na semana anterior à tragédia. Daniel, por exemplo, chegava na porta da cozinha e dizia que amava a mãe. Stephanie, dois dias antes, chorou muito e não sabia explicar o motivo. Mila, a mais velha, começou a fazer as coisas para a mãe dentro de casa.

“Parece que eles estavam adivinhando o que ia acontecer pra frente, isso não sai da minha cabeça”, desabafa a mãe. Nesta segunda-feira, o número de óbitos chegou a 176 em Petrópolis. Mais de 100 seguem desaparecidas na cidade. As buscas continuam na região e há previsão de chuva para esta segunda.

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