Jornalistas da Folha de S. Paulo fazem rebelião e dizem o que ninguém teve coragem

Jornal sofreu represália de funcionários, que não aceitaram episódios que consideram preconceituosos no jornal.

PUBLICIDADE

O jornal Folha de S. Paulo sofreu duras críticas de seus próprios jornalistas, após passar por episódios supostamente racistas nos últimos tempos. O periódico tradicional e de abrangência nacional amanheceu nesta quarta-feira, 19/1, com uma notícia sobre ele próprio na internet. Segundo o site da revista Veja e outros mais, os funcionários do veículo não se calaram e escreveram uma carta aberta, expondo episódios em que consideram ter acontecido fatos.

PUBLICIDADE

No pronunciamento, assinado por 186 jornalistas, são relatadas atitudes consideradas inadmissíveis para um veículo de comunicação, que se propõe ser plural e para todos os brasileiros. O protesto exige, ainda, providências da direção do veículo quanto aos fatos envolvendo racismo.

Jornalistas da Folha de S. Paulo publicam carta aberta expondo racismo do jornal

Uma das situações mais marcantes foi uma publicação que estaria relativizando o racismo contra pessoas negras com o título “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitatismo”. A manifestação alega que um dos princípios da Folha é o pluralismo e a defesa pela liberdade de expressão. Contudo, conforme aponta a carta, esses objetivos não podem se afastar do respeito à dignidade humana.

“A Folha não costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina. Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?”, questiona a carta aberta dos jornalistas da Folha.

Ao final, a publicação convida para que todos pensem a respeito dessas questões. O texto termina com a assinatura de todos os 186 profissionais que fizeram parte do protesto.

PUBLICIDADE