Sobrevivente da boate Kiss que perdeu irmão no incêndio depõe: ‘vi quando pegou a faísca’

Jéssica Montardo Rosado prestou depoimento nesta quinta-feira (2), no Rio Grande do Sul.

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O incêndio na boate Kiss, em janeiro de 2013, entrou para a lista de grandes tragédias ocorridas no Brasil. Naquela madrugada, 242 pessoas morreram no incêndio ocorrido na casa de shows localizada em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Quase nove anos depois, quatro réus estão sendo julgados.

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Uma das pessoas a prestar depoimento foi Jéssica Montardo Rosada, hoje com 33 anos. Jéssica estava na boate com o irmão. O rapaz perdeu a vida ao deixar a boate, mas retornar para tentar salvar pessoas. Ele morreu intoxicado. Diante do júri, ela contou que estava próximo ao local do acidente.

“Eu vi acontecer, vi quando pegou a faísca”, afirmou Jéssica. A mulher também contou que viu quando jogaram uma garrafinha com água e pegaram os extintores para apagar o incêndio. Ela acompanhou o momento em que o músico Marcelo de Jesus, um dos réus, gritou para as pessoas saírem.

Jéssica foi à boate com o irmão e três amigos. O rapaz teria salvado cerca de 15 pessoas naquele dia, de acordo com relatos dos bombeiros citados pela depoente. O irmão de Jéssica tinha 1,98m de altura e pesava 130 quilos. O pai costumava brincar que ele era como uma baleia: forte, grande, mas doce. Jéssica disse que o irmão não seria o mesmo se visse tudo o que aconteceu e não ajudasse.

Os réus

O Ministério Público do Rio Grande do Sul acusa quatro réus pelo homicídio simples de 242 pessoas e pela tentativa de homicídio de outras 636. Os réus são os empresários e sócios da boate Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o produtor musical Luciano Bonilha Leão e o cantor Marcelo de Jesus dos Santos, da banda Gurizada Fandangueira.

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