Uma reportagem em um asilo, situado em Campos de Goytacazes, no Norte Fluminense, possibilitou o reencontro de mãe e filho. Roberto assistia a um programa na Record TV quando reconheceu sua mãe nas imagens. Ele não sabia do paradeiro dela a mais de vinte anos. Josefina, de 74 anos, apareceu toda contente na matéria ao ser filmada pela equipe de reportagem da emissora.
A matéria cobria uma homenagem ao dia nacional dos idosos, promovida pelo lar que acolhe pessoas idosas. O filho de Josefina já havia perdido as esperanças de encontrar a mãe viva. De acordo com a entrevista que Roberto concedeu para a TV Record, sua atitude foi ir até o asilo imediatamente: Corri para ver se era ela mesmo”. Feliz, o filho da idosa disse que ficou surpreso em constatar que se tratava mesmo de sua mãe.
Ainda de acordo com a reportagem, a explicação para o sumiço de Josefina está estampado em seu rosto – marcas de trabalho, sofrimentos e abusos denunciavam os momentos difíceis que a mãe de Roberto precisou enfrentar em sua trajetória. O primeiro casamento de Josefina teria sido com um homem bastante agressivo com quem ela teve dez filhos.
Na ocasião, a senhora morava em Cachoeira de Itapemirim, no Espírito Santo. A mãe de Roberto contou que quando o marido tentava agredi-la na época, ela corria e se escondia no meio do mato, deixando os filhos em casa. Quando a sofrida mulher conseguiu o divórcio, ela se mudou e causou-se mais uma vez, segundo a matéria. Quando o marido de Josefina morreu, ela ficou sozinha e sem ter para onde ir.
Longe dos filhos e sem nenhum contato deles, Josefina passou a viver em asilos em troca de serviços domésticos para sobreviver por décadas. Segundo ela, alguns desses trabalhos eram análogos à escravidão. Após anos de sofrimento, há três meses, Josefina encontrou um lar em Monsenhor Severino o Refúgio. Metade dos idosos acolhidos pela instituição teriam perdido o vínculo familiar. Filho e neta prometeram dar todo carinho que Josefina não teve todos esses anos.