Pai que foi preso pela morte do filho desabafa após provar inocência: ‘doído demais’

Adeildo e a esposa deixaram a cadeia após três anos; MP-ES afirma que houve erro na prisão.

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Adeildo Souza da Silva viu sua vida virar do avesso em agosto de 2018. Ele e a esposa, Luane Monique de Moura Silva, levaram o filho Artur ao hospital após o menino passar mal. Aos cinco anos, a criança não resistiu e morreu. Como havia manchas no corpo, a equipe médica chamou a polícia.

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O casal foi encaminhado à delegacia. Com a morte do filho, passaram a ser acusados de assassinato. Acabaram presos, mas não condenados. Eles foram inocentados. A real causa da morte de Artur foi revelada pelos exames: meningite. A doença causou as manchas pelo corpo.

Adeildo e Luane comemoram a liberdade e querem esquecer o tempo que passaram na cadeia. Fora da prisão, o casal afirma que foi coagido por policiais a confessarem o crime que não cometeram. “Não fiz isso não”, disse Adeildo na época. O caso será apurado pela Corregedoria da Polícia Civil. As delegacias de Alegre e de Dores do Rio Pardo conduziram as investigações da morte de Artur.

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Adeildo e a esposa também não puderam enterrar o filho. Presos, eles não tiveram o direito à despedida. Adeildo só viu o túmulo onde o corpo do filho foi sepultado quando foi enterrar sua mãe. “Ali eu me despedia dele. Foi doído demais”, afirmou o homem.

O Ministério Público do Espírito Santos afirmou que a prisão do casal foi um erro. Adeildo e Luane só querem esquecer o período que passaram atrás das grades mesmo sendo inocentes. Embora investigue o caso, o diretor-geral da Polícia Civil do estado afirmou que acha pouco provável que tenha ocorrido má conduta de quem dirigiu as investigações. José Darcy Arruda disse que é muito difícil isso acontecer.