Talibã proíbe mulheres afegãs de frequentarem ou lecionarem na Universidade de Cabul

Grupo tem designado religiosos diligentes para liderar as instituições acadêmicas do Afeganistão.

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Com a tomada do poder pelo Talibã, em agosto deste ano, os líderes do movimento alegaram que as mulheres poderiam ter acesso à educação, desde que em salas privativas do sexo feminino – fato diferente do que ocorreu na última vez em que governaram, no período entre 1996 a 2001.

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Contudo, o novo chanceler nomeado pelo Talibã, Mohammad Ashraf Ghairat, anunciou na segunda-feira (27), em sua conta oficial no Twitter, uma decisão diferente do prometido em agosto. “Enquanto o verdadeiro ambiente islâmico não for fornecido para todos, as mulheres não terão permissão para ir às universidades ou trabalhar. O Islã primeiro”, divulgou o chanceler de 34 anos.

O regente afirmou que a universidade estava elaborando um plano para ser possível a inclusão de alunas nas salas de aula, desde que por trás de cortinas. Entretanto, não houve previsão para a conclusão desse plano. “Devido à escassez de professoras, estamos trabalhando em um plano para que os professores sejam capazes de ensinar as alunas por trás de uma cortina na sala de aula”, escreveu Ghairat em seu Twitter.

Com o governo formado exclusivamente por homens, foi proibido que as mulheres exerçam seus trabalhos nas universidades, alegando ser uma medida de segurança provisória. A decisão gerou grandes insatisfações com as colaboradoras da instituição de ensino.

Com a atual governança, vários docentes fugiram do país, ocasionando a interrupção do funcionamento de colégios e, consequentemente, milhares de alunos ficaram sem aulas. O Talibã já havia deixado sua marca no primeiro período de governo: além da privação ao ensino, as mulheres também não podiam andar em vias públicas desacompanhadas de um familiar do sexo masculino. 

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