Rogério Antonio Ventura, de 83 anos, era um português erradicado no Brasil. Ele morava em bairro da zona leste de São Paulo acompanhado da grande família, composta por filhos, netos e bisnetos. A história da suposta morte de Rogério está repercutindo após graves acusações contra a Prevent Senior.
A empresa de saúde está sendo alvo da CPI da Covid. Em abril de 2020, a Prevent Senior teria realizado testes e estudo clínico sobre o uso da hidroxicloroquina e azitromicina em pacientes com sintomas de Covid. Naquele período que Rogério foi atendido por um dos hospitais administrados pelo grupo.
Com mal-estar, o idoso foi levado pela família a uma unidade de saúde no Tatuapé. De lá, foi transferido para a unidade de Santa Cecília. A ambulância o levou de volta para casa no dia seguinte. No dia da internação, o idoso cardíaco e hipertenso teria recebido as medicações sem a família saber.
Os familiares só ficaram sabendo no último sábado (18) quando receberam o prontuário do idoso da produção da GloboNews. No dia 19 de abril de 2020, Rogério teria recebido a cloroquina em sua casa, após consulta de telemedicina. O idoso não queria tomar o remédio, mas foi orientado pela família a se medicar.
Este foi o único dia em que ele tomou o remédio com o conhecimento da família. “Não houve nenhum outro dia que ele tomou cloroquina com o nosso conhecimento”, destacou Rafael Ventura, neto de Rogério, em entrevista ao G1.
A partir de 20 de abril, ele teria tomado o medicamento com intervalo de 12 horas entre um comprimido e outro. No dia 23 foi levado ao hospital. No dia seguinte, teve uma piora repentina. Rogério faleceu no dia 25. No prontuário, não há a informação de que ele contraiu a Covid-19.
Outro lado
A Prevent Senior informou, por nota, que Rogério não morreu de Covid e garantiu que não realiza experimentos científicos em clientes. Em abril do ano passado, porém, a ordem interna era medicar pacientes que apresentassem qualquer sintoma de Covid-19, mesmo que não fosse confirmado, com hidroxicloroquina e azitromicina. Rogério Antonio Ventura era o paciente 192 da lista que tinha 636 nomes. Nove pacientes morreram. A Prevent ocultou sete mortes.