Brasileira envia áudio à família antes de morrer abandonada em deserto dos EUA: ‘Sede’

Lenilda dos Santos, de 50 anos, deixou duas filhas após morrer em entrada ilegal nos Estados Unidos.

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A técnica de enfermagem Lenilda de Oliveira dos Santos, de 49 anos, morreu ao tentar entrar nos Estados Unidos de forma ilegal. Acompanhada de amigos de infância e guiada por um “coiote” – espécie de guia da travessia ilegal -, Lenilda foi abandonada com fome e com sede no deserto da cidade de Deming, no estado do Novo México.

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A brasileira começou a passar mal e foi deixada para trás. Lenilda manteve a esperança de que os amigos retornassem para buscá-la, mas isso não aconteceu. No dia 7, um dia após ter sido deixada no deserto, Lenilda enviou mensagem para o irmão. Foi o último áudio enviado do celular da técnica de enfermagem.

Ela afirmou que dormiu no local onde foi deixada e que estava sozinha. Lenilda também tranquilizou a família e disse estarem indo buscá-la. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Antes disso, em áudios enviados aos familiares, a brasileira havia pedido para eles contatarem o grupo que estava com ela. Lenilda estava com sede e dando sinais de estar desidratada.

“Manda ela trazer uma água para mim, porque não estou aguentando de sede”, disse a mulher. A família acompanhou o drama de Lenilda mulher de longe, sem poder fazer muita coisa. Patrulha policial encontrou o corpo de Lenilda no deserto. A brasileira de 49 anos tinha duas filhas e havia se divorciado recentemente.

Casos como o de Lenilda não são novidades. A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que em 2019 morreram 810 pessoas em rotas migratórias (deserto, rios ou outros pontos) para os Estados Unidos. Aquele foi o ano mais mortal, segundo a ONU.

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