Cerca de 1.250 pessoas sofrem maus-tratos ao serem presas no RJ, segundo Defensoria Pública

Relatório mostra que a violência policial contra presos tem aumentado consideravelmente ao longo dos anos.

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A Defensoria Pública fez um levantamento nas prisões realizadas no Rio de Janeiro e foi constatado que a violência durante prisões efetuadas tem aumentado. De acordo com esse estudo, entre junho de 2019 e agosto de 2020, cerca de 1.250 pessoas sofreram maus-tratos sendo submetidas a sessões de tortura psicológica e física quando presas, principalmente em flagrante.

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A pesquisa agrupa vários relatos de agressões físicas. Dentre as violências, há chutes, socos e tapas na cara dos suspeitos que são presos. O estudo indica que os abusos físicos acontecem em até 87% dos casos, praticadas por policiais militares.

Mariana Castro, que coordena o Núcleo de Audiências de Custódia, ressalta que houve um aumento muito grande de um relatório para outro. Considerando um período de 2018 a 2019 foram constatadas 930 notificações de maus-tratos, um aumento de 320 casos de um para outro.

“Além do aumento dos números absolutos de casos, que subiu de 930 no período 2018/2019 para 1.250 no período 2019/2020, temos de ver que as audiências de custódia, onde a maioria dos casos são registrados, ficaram suspensas de meados de março ao início de agosto de 2020 por causa da pandemia. Ou seja, praticamente quatro meses sem qualquer registro”, pontuou a coordenadora do núcleo.

Em média, 96,1% das vítimas de maus-tratos são homens entre 18 e 40 anos, 80% são pardos, pretos ou de baixa escolaridade. 71% não chegaram nem ao ensino médio, e mais de 55% moram em periferias e comunidades. Para finalizar, 81% dessas pessoas estavam exercendo alguma atividade profissional quando foram presas.

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