Ex-eleitores de Bolsonaro explicam arrependimento por voto em 2018

Os votos na eleição de 2018 ainda são motivo de arrependimento para alguns eleitores.

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Com o aumento das tensões entre o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Barroso, as eleições voltaram a ser um dos assuntos mais comentados na internet. Mesmo com as crescentes expectativas com as eleições de 2022, muitos eleitores ainda não conseguiram superar seu último voto para presidente e demonstram arrependimento em sua escolha.

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Segundo dados de uma pesquisa feita recentemente pelo Ipec, cerca de 53% dos eleitores, que votaram em Bolsonaro em 2018 no segundo turno das eleições, afirmam que não votariam novamente no atual presidente. Além disso, são 26% dos eleitores de Bolsonaro que sinalizam votar no principal concorrente das próximas eleições: Lula. 

O jornal Brasil de Fato Paraná decidiu falar com alguns eleitores de Bolsonaro, que afirmam ter se arrependido do voto, declarando que não voltarão a voltar nele em caso de reeleição. Os depoimentos foram feitos para tentar entender qual o principal motivo da queda de popularidade do atual presidente.

Maria Teresa Palumbo, 77 anos, aposentada

Maria Teresa afirma que votou no atual presidente e fez muita campanha para ele em 2018, pois não o conhecia e acreditava que ele seria a mudança esperada na política brasileira. No entanto, afirma que já não o suporta mais após ver tantas barbaridades durante seu mandato, principalmente em relação à sua conduta durante a pandemia.

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A aposentada afirma que o comportamento de Bolsonaro de “não estar nem aí” com a pandemia e com as vacinas é o que mais incomoda atualmente, além das inúmeras aglomerações feitas por ele.

Jean Rubel, 35 anos, vidraceiro em Curitiba

Jean Rubel afirma que votou em Bolsonaro por acreditar que ele lutaria contra a corrupção no país, dizendo que não havia uma opção melhor durante as eleições de 2018. Além disso, acreditou no discurso do candidato sobre diminuição de impostos, preço da gasolina e de produtos nos supermercados.

O vidraceiro declarou que não esperava as atitudes de atual presidente e parece que ele está brincando no cargo, ressaltado que o país está caminhando para um abismo. Além disso, criticou a demora do governo para negociação de vacinas e a postura diante das milhares de mortes.

Márcio Nolasco, 55 anos, gerente de projetos

Márcio afirmou ao jornal que a principal motivação para votar em Bolsonaro foi retirar o PT do poder, afirmando que acreditou no discurso anticorrupção e de mudanças feito pelo candidato. Ele ainda disse que não esperava que o atual presidente fizesse justamente o contrato do que usou em seu discurso.

O gerente de projetos declarou que o atual governo é uma grande decepção para todo o país e revelou que, seu último voto, havia sido em Fernando Collor, outra decepção – mas ressaltou que seu descontentamento atual é muito maior que o da época. Ele terminou dizendo que não dá para se orgulhar de um governo que vai à contramão do mundo, desqualificando a ciência em meio a uma pandemia.