Recentemente o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a compra da vacina Covaxin, contudo, o preço pago pelo Brasil para adquirir os imunizantes é 1000% maior que o valor divulgado pela própria fabricante, há seis meses.
O jornal Estadão obteve alguns documentos sigilosos do Ministério das Relações Exteriores e, em um telegrama enviado para Nova Délhi, em agosto de 2020, estava estabelecido que cada dose da vacina Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech, custaria um total de US$ 1,34.
Em dezembro, outro comunicado entre os diplomatas deixava claro que a vacina indiana “custaria menos do que uma garrafa de água”. Contudo, em fevereiro deste ano, foi noticiado que o Ministério da Saúde adquiriu cada dose da Covaxin por um total de US$ 15,00.
A ordem de compra da vacina indiana partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro, e as negociações com o laboratório indiano durou três meses, sendo o período mais curto para fechar um acordo comercial de imunizantes. Com essa informação revelada, a Covaxin se tornou a vacina mais cara adquirida pelo Brasil até o momento.
Anteriormente, Bolsonaro afirmou que a demora para adquirir o imunizante da Pfizer se deu pelo preço do produto, entretanto, cada dose da vacina da Pfizer custou um total de US$ 10,00 ao Brasil.
Com a abertura da CPI da Covid, a compra do imunizante indiano começará a ser investigada pelos parlamentares. As negociações de compra da Covaxin não foram realizadas diretamente pelo governo federal, sendo intermediada pela empresa Precisa Medicamentos. Deste modo, o interesse dos senadores integrantes da CPI é entender o motivo da empresa ter participado das negociações.
O Ministério da Saúde preferiu não se declarar sobre o assunto, afirmando apenas que o pagamento será realizado após a entrega dos imunizantes.