Pai de auditor afastado no TCU ganhou cargo na Petrobras no governo de Bolsonaro

Ricardo, pai do auditor afastado, foi quem enviou o ‘relatório do TCU’ utilizado por Bolsonaro.

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Alexandre Figueiredo foi afastado do cargo de auditor de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), por ter criado um relatório, utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que levantava dúvidas sobre a notificação de mortes por Covid-19 no país. O pai de Alexandre, Coronel Ricardo Silva, que teria enviado o documento ao presidente, foi nomeado para um cargo na Petrobrás durante o mandado de Bolsonaro.

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Relatório e discurso de Bolsonaro

O servidor foi afastado depois de ter escrito um relatório, extraoficial, questionando a quantidade de mortes anunciadas no Brasil pela Covid-19 no ano passado. Após fazer o relatório e ele ser utilizado em discurso do presidente, o TCU abriu uma investigação interna para apurar a ação do auditor.

Bolsonaro utilizou o relatório escrito por Alexandre para questionar a alta quantidade de mortes ocorridas no Brasil. Ele disse para seus apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada que, segundo o relatório, aproximadamente 50% das mortes por Covid-19 no ano passado não foram por causa da doença.

Ralação entre o Coronel Ricardo Silva e Jair Bolsonaro

O pai do auditor, Coronel Ricardo Silva, recebeu um cargo da Petrobrás em 2019, durante o mandado de Bolsonaro. Ricardo é um Coronel do Exército e amigo do presidente; os dois se encontraram no Planalto em pelo menos três oportunidades (duas vezes em 2019 e uma em 2020).

Ricardo, antes de assumir o cargo na petroleira, foi designado para ser gerente de segurança do Bondinho do Pão de Açúcar e também trabalhou no BNDS. Segundo relato do servidor à Corregedoria do TCU, seu pai foi o responsável por pegar o texto do relatório extraoficial e encaminhar para seu amigo Bolsonaro.

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