Com baixa adesão à vacina da gripe, especialista faz alerta: ‘Um surto de H1N1 agora seria um desastre’

Vacinação contra o vírus influenza tem baixa adesão, e médico fala sobre os riscos.

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A campanha de vacinação contra a gripe começou, em todo o território nacional, no dia 12 de abril; e está sendo realizada em paralelo com a imunização contra a Covid-19. No entanto, após três semanas de campanha, a quantidade de pessoas que estiveram nos postos de saúde de Minas Gerais para poder vacinar é bem abaixo do esperado pelas autoridades.

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No estado mineiro, somente foram aplicadas 605.920 doses do imunizante contra a influenza, conforme informado pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG). O Ministério da Saúde tem como meta vacinar ao menos 90% da população alvo. Mas, caso o ritmo da imunização continue desse jeito, ficará muito difícil atingir o objetivo.

As autoridades competentes já aguardavam que seria difícil realizar as duas campanhas em conjunto. As vacinações demandam profissionais da área e divulgação dobrada para duas enfermidades distintas. No entanto, vale frisar que o risco e a importância entre elas é equivalente.

De acordo com o médico epidemiologista e professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Geraldo Cunha Cury, a adesão baixa das pessoas na campanha de imunização contra o vírus da influenza tem a junção de dois fatores, que é o medo de sair de casa – por causa da gravidade da pandemia – e a baixa divulgação.

De acordo com o especialista, caso haja um surto de outras enfermidades respiratórias, no atual cenário brasileiro, não haverá atendimento em hospital disponível para aguentar o fluxo de pacientes. “As UTI’s estão cheias, os hospitais estão cheios. Com o sistema de saúde sobrecarregado, um surto de H1N1 agora seria um desastre”, ressaltou o epidemiologista.

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A vacina contra o vírus influenza, que foi adotado neste ano pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é trivalente, ou seja, o imunizante oferece proteção para o indivíduo contra três cepas do influenza, que são a H1N1, H3N2 e a linhagem B/Victoria. O profissional ainda fez questão de deixar claro que vacinar contra a gripe é muito importante, pois não é somente a Covid-19 que mata, a gripe também.