A morte da menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos, gerou uma forte comoção nacional. Tortura e agredida pela madrasta e a própria mãe, a vítima acabou não resistindo após passar quase uma semana internada em coma gravíssimo.
Primeira unidade a receber a menina, o hospital São Francisco de Assis, em Porto Real, identificou várias lesões na vítima, como sangramento no crânio, marcas compatíveis com queimadura de cigarro, além de vergões espalhados em todo o corpo, por consequência de um espancamento.
Fato impactou
O estado de Ketelen quando chegou na unidade deixou toda a equipe médica perplexa. Em entrevista ao UOL, o diretor administrativo do hospital, Fábio Silva, disse nunca ter visto algo parecido em anos de trabalho na área. Um dos detalhes que chamou atenção de todos na unidade foi o fato de que a vítima não teve fraturas detectadas nos exames realizados.
Essa situação fez com profissionais da saúde e policiais do 37º BPM (Resende) envolvidos nos primeiros socorros à garota, era de que quem a espancou “sabia bater”.
“É como dizem na gíria popular, quando o agressor surra a vítima, tentando evitar a ruptura da ossatura. Porém, quem fez essa covardia, errou na mão, exagerou na dose dos ataques, e certamente não imaginava que Ketelen pudesse morrer”, afirmou o diretor administrativo do Hospital São Francisco de Assis.
Ainda segundo ele, a sessão de torturas e agressões foram tão intensas que deixaram marcas profundas na pele e resultaram na morte da vítima.
Prisão decretada
Na última quarta-feira (28), a Justiça determinou a prisão de Rosangela Nunes, de 50 anos, mãe da Brena Luane, madrasta de Ketelen. A dona de casa tinha conhecimento das agressões e tortura que a criança era vítima, e inicialmente respondia em liberdade. Ela, Gilmara e a filha foram autuadas por homicídio triplamente qualificado. Ainda não há previsão para a conclusão do inquérito.