No início do último mês de março, a médica dermatologista Thiara Lenzi, de 40 anos de idade, viveu, com seu filho caçula de apenas um ano e oito meses, um verdadeiro pesadelo.
De acordo com a médica, Davi começou a apresentar, pelo corpo, diversas manchas avermelhadas, quadro que se somou a uma febre frequente de 38ºC.
Apesar de tais sintomas poderem estar associados a uma infecção pela Covid-19, a família do bebê não pensou na doença, uma vez que a criança não havia tido contato com nenhum diagnosticado com a infecção pelo Coronavírus.
Após dois dias dos sintomas, o quadro de Davi começou a se agravar, com a persistência das manchas somadas a olhos vermelhos, boca seca e erupções na língua, além da febre, que alcançava os 40°C.
Com o agravamento dos sintomas, Thiara e o marido, também médico, associaram a problemática à Síndrome Inflamatória Multissistêmica pós-Covid, que possui sintomas semelhantes à Síndrome de Kawasaki. Ambas se constituem como inflamações dos vasos sanguíneos do corpo.
Assim, a mãe se lembrou que, há cerca de um mês do início dos sintomas da síndrome, Davi tinha tido um leve resfriado, o que poderia ter sido, na verdade, a infecção da criança pelo Coronavírus.
Davi ficou cinco dias na UTI em um hospital de Brasília e, atualmente, está bem.
Alerta da médica
Com a situação vivida, Thiara deixa de alerta aos pais a importância de estarem atentos à possibilidade de diagnóstico dos filhos com a Covid, mesmo que a criança não tenha tido contato com alguém que tenha a doença.
O tratamento da síndrome de Davi precisa ser iniciado até o 3º dia de sintomas, uma vez que, após esse prazo, há risco de vida para a criança.