Câmara decide por urgência de projeto do novo marco postal e abre brecha para privatização dos Correios

Legendas de esquerda e MDB se posicionaram contra aceleração na tramitação durante a pandemia.

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Foi aprovado por 280 a 365 votos na Câmara dos Deputados a solicitação de urgência para o projeto que cria o novo marco postal, e que consequentemente abre brechas para a privatização dos Correios. 

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O movimento pela urgência na tramitação sofreu resistência dos partidos de esquerda, e também do MDB, que se posicionaram contra a urgência do projeto. Já as legendas do Solidariedade e do Partido Verde preferiram dar autonomia para que seus integrantes votassem de forma autônoma. 

A maioria dos argumentos do lado da oposição à urgência do projeto foi o momento escolhido para a tomada dessa decisão. A crise sanitária que assola o país com a pandemia foi um contraponto ao requerimento apresentado reforçando os argumentos de que os parlamentares deveriam concentrar seus esforços pela aprovação de projetos relativos ao combate da doença. 

O deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA) foi o relator da proposta. Ele baseou seus argumentos alegando que deveria defender o avanço do projeto, e para isso levantou a necessidade de modernização e racionalização de gastos públicos relativos à administração. Ainda segundo o parlamentar, isso deveria ser prioritário. 

Cabe ressaltar que logo após Arthur Lira(PP-AL) se tornar presidente da Câmara, o projeto que discute a privatização dos Correios foi entregue pelo presidente da república Jair Bolsonaro. Os Correios foram inseridos na semana passada pelo governo federal no Plano Nacional de Desestatização (PND).

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Parlamentares contrários à proposta de urgência rebateram e disseram que urgência se faz no sentido de salvar vidas com a crise que o país atravessa na saúde. Segundo os parlamentares, a urgência por essa tramitação acelera ainda mais o desemprego no Brasil e não responde aos anseios do que a sociedade espera da classe política nesse momento.