Caso Henry: advogada diz que babá está sofrendo ameaças e sente medo: ‘Doutora, eu vou ser presa?’

Babá tinha conhecimento das agressões praticadas contra o menino e chegou alertar a mãe Henry.

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Colocada como “peça chave” nas investigações do caso Henry Borel, a babá Thayná de Oliveira Ferreira, de 25 anos, prestou novo depoimento no início desta semana ao delegado Henrique Damasceno, na 16ª DP (Barra da Tijuca). A oitiva da jovem contou com fortes revelações, cenário contrário de quando esteve na delegacia para ser ouvida pela primeira vez.

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Após a divulgação das conversas recuperadas por um software utilizado pela Polícia Civil, Thayná decidiu contar tudo o que sabia e presenciou no apartamento onde Henry vivia com a mãe e o padrasto.

A jovem confirmou as mensagens enviadas à Monique Medeiros, disse ter sido induzida a mentir no primeiro depoimento, e ainda admitiu ter presenciado episódios de agressão de Jairinho contra o menino de 4 anos, não vendo a violência, mas sim os hematomas no corpo do garoto.

Medo

Em entrevista ao portal UOL, a advogada de defesa de Thayná, Priscila Guilherme Sena, trouxe alguns detalhes sobre o segundo depoimento da babá à polícia. Segundo ela, a jovem se emocionou diversas vezes durante seu relato ao lembrar de Henry, e pediu desculpas por ter mentido no primeiro momento.

Ainda segundo a advogada, um dia antes do novo depoimento, ela teve a primeira conversa pessoalmente com Thayná na casa da mãe da babá. No papo que teve mais de três horas, a jovem demonstrava nervosismo, e acreditava que poderia ser presa pelas omissões e mentiras do primeiro relato. 

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“Ela [Thayná] me perguntou: ‘Doutora, eu vou ser presa?’. Eu só falei que ela precisava contar a verdade. Aí, ela me contou exatamente o que está no depoimento, relatando os três casos de agressões, quando o menino aparecia machucado [após estar com Jairinho]”, disse Priscila Sena.

A advogada ainda revelou que Thayná vem sofrendo diversas ameaças após as revelações do caso ganharem repercussão. A defesa ainda afirma que a babá se sentiu pressionada por Monique Medeiros e pela abordagem do advogado André França Barreto, responsável por representar o casal no início do caso, mas que abandonou o inquérito nesta semana.