Chefe da PF no Amazonas é substituído após pedir investigação contra ministro de Bolsonaro

O delegado Alexandre Saraiva foi substituído após enviar notícia-crime contra um dos ministros do governo.

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Após apresentar notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta quarta-feira (14), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o delegado Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas, será substituído.

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Nos bastidores, a preocupação girava em torno do fato de não se saber ao certo se a atuação independente de Alexandre à frente da PF no Amazonas seria tolerada no governo. A substituição do superintendente passou a ser cogitada por conta da tentativa do mesmo de aumentar a fiscalização ambiental, indo de encontro com o ministro Salles.

Na notícia-crime, que também abrangeu o nome do senador Telmário Mota (Pros-RR), afirma que tanto o senador citado quanto o ministro teriam firmado uma parceria com o setor madeireiro, com a intenção de impor barreiras às investigações de crimes ambientais e de “buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a Administração Pública”.

A notícia-crime trata-se de um artifício utilizado para acender um alerta em uma autoridade, como o Ministério Público ou a polícia, a respeito de atividades ilícitas.

Com o encaminhamento da notícia-crime por parte de Alexandre, agora cabe ao STF decidir se instaura inquérito contra o ministro e o senador ou se arquiva. “Vivemos em estado de descalabro”, disse o delegado, que corre risco de ser afastado.

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Telmário Mota, o senador citado por Alexandre, negou todas as acusações. Já o ministro Ricardo Salles, até o fechamento desta matéria, ainda não havia se pronunciado.

O nome que assumirá o lugar de Alexandre Saraiva no comando da PF, no Amazonas, é o delegado Leandro Almada.