As investigações acerca do caso de morte do menino Henry Borel, de 4 anos, trouxe desdobramentos e revelações importantes nesta quinta-feira (08).
Suspeito pelo óbito do garoto, o vereador Dr. Jairinho (afastado do Solidariedade) tentou fazer com que o corpo do enteado, de 4 anos, não fosse encaminhado para exames no Instituto Médico Legal (IML) horas após a morte da criança. A informação foi confirmada em um novo depoimento dado à Polícia Civil.
Em oitiva com o delegado responsável pelo caso, a testemunha, que exerce um cargo alto de executivo na saúde do Rio, confirmou que recebeu mensagens do parlamentar durante a madrugada do dia 8 de março. O contato teria sido feito uma hora após Jairinho e Monique terem chegado com a criança, já sem vida, no Hospital Barra D´Or, na Barra da Tijuca.
Na ocasião, o casal alegava que Henry havia sido vítima de um acidente doméstico, e estava “desacordado, com olhos revirados e sem respirar”, quando os dois o encontraram no quarto. Entretanto, no laudo da necropsia realizado no IML, ficou constatado que o menino apresentava diversas lesões no corpo, provocadas por supostas agressões.
Pedido
Em mensagens reveladas pelo “Bom Dia Rio”, da TV Globo, Dr. Jairinho surge entrando em contato com o amigo, o executivo da saúde, pedindo “um favor”.
No depoimento, o executivo disse que o vereador chegou a ligar quatro vezes para ele, e na última tentativa, por volta das 7h18, ele resolveu atender. Na conversa, Jairinho falava da morte de Henry de forma calma e tranquila, sem nenhum tipo de emoção.
Em um curto intervalo após a chamada, Jairinho mandou uma mensagem para o executivo, exigindo uma postura rápida do amigo para evitar que o corpo não seguisse para o IML.
“Agiliza. Ou eu agilizo o óbito. E a gente vira essa página hoje”.
Presos
Monique Medeiros e Dr. Jairinho foram presos nesta manhã (08), em um apartamento em Bangu. Os dois devem ser indiciados por tortura e crime de homicídio duplamente qualificado, podendo receber até 30 anos de prisão.