Após cumprir mandados de prisão contra Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, e o atual companheiro dela, o médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), o delegado responsável pelo caso, Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), concedeu entrevista coletiva no final da manhã desta quinta-feira (08), no Rio de Janeiro.
Segundo o delegado, a babá do menino, Thayná de Oliveira Ferreira, de 25 anos, avisou a mãe dele sobre a “rotina de violência” que o garoto vinha sofrendo do parlamentar. Apesar das denúncias, Monique “protegeu o assassino”, referindo-se ao vereador Dr. Jairinho.
“A babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto pegou pelo braço nos termos escritos, deu uma banda [rasteira], chutou. No momento ficou bastante claro que houve uma lesão ali”, disse o delegado Henrique Damasceno.
Além da prisão do casal, agentes da Polícia Civil do Rio estiveram na residência da babá para cumprir um mandado de busca e apreensão do celular da jovem, que prestava serviços como babá de Henry desde janeiro deste ano.
Farsa
De acordo com Damasceno, a versão apresentada por Monique de uma relação harmoniosa entre ela, o filho e Jairinho, era uma “farsa”, uma vez que ela tinha conhecimento das torturas que o próprio filho era alvo.
No depoimento dado à polícia, a babá de Henry também reforçou essa versão, mas os investigadores chegaram à conclusão que ela foi induzida a confirmar esta linha de comportamento, sob orientação dos dois suspeitos. Monique Medeiros e Jairinho foram presos por atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas.
Ao longo de quase um mês, 18 pessoas foram ouvidas na 16ª DP, e agentes e peritos chegaram a realizar uma reprodução simulada no apartamento onde o menino morava com a mãe e o padrasto.
Ambos serão indiciados por tortura e homicídio duplamente qualificado. Caso sejam condenados, Monique e Jairinho podem pegar até 30 anos de prisão. Desde o registro da morte do menino, o casal apontava que a causa da morte de Henry teria sido provocada por um acidente doméstico, versão esta que passou a ser rechaçada após a divulgação do laudo dos peritos no corpo do garoto, e praticamente descartada após os depoimentos de históricos agressivos do parlamentar.