Pai, mãe e filhos morrem por conta da Covid-19 em um intervalo de 42 dias

A doença é tão rápida e devastadora que quatro vidas de uma mesma família se perderam em apenas 42 dias.

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Entre os dias 20 de fevereiro e 3 de abril, uma família perdeu a vida por conta da Covid-19, em Cuiabá, capital do Mato Grosso. O pai Octacilio dos Santos Araújo, 91, a mãe Geny Maria Haddad Araújo, 78, e os filhos Monique Haddad Araújo Patzlaff, 55, e João José Haddad Araújo, 58, ainda chegaram a passar por tratamento para conter a doença, porém, não resistiram e vieram a falecer.

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Ao G1, Myllena Haddad Araújo Patzlaff, filha de Monique, contou que toda a família sempre seguiu a risca as recomendações para a prevenção. Segundo ela, o primeiro a sentir os sintomas foi seu avô, Octacilio, por volta do dia 10 de fevereiro. O idoso foi infectado pelo vírus por duas vezes, algo inimaginável para os estudiosos até pouco tempo atrás.

De acordo com a neta de Octacilio, a suspeita da possível causa da infecção gira em torno de uma profissional de saúde que teria ido até à casa da família para um tratamento e estava infectada pelo vírus, porém, no momento não tinha conhecimento do próprio quadro.

O avô de Myllena ainda chegou a receber o imunizante contra a covid-19, no dia 13 de fevereiro, porém, ele já havia sido contaminado. No mesmo dia em que recebeu a vacina, o idoso referiu febre e a família o levou a um hospital da região, onde a médica afirmou que se tratava de reação da vacina, passou alguns remédios e o liberou.

“No dia 17 de fevereiro ele teve falta de ar, fez uso de oxigênio em casa, e no dia 18 foi para o hospital. A médica que o atendeu pediu exames de sangue, tomografia e teste de Covid. O resultado foi positivo. O pulmão já estava 50% comprometido”, relatou. Dois dias depois, em 20 de fevereiro, ele faleceu.

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No mesmo dia em que Octacilio faleceu, toda a família foi submetida ao teste de covid e testaram positivo. A esposa do idoso precisou ser intubada oito dias após a morte do mesmo, no entanto, por conta do comprometimento de seus pulmões, veio a falecer em 6 de março.

A mãe de Myllena estava em home care, situação em que o paciente recebe os cuidados médicos em casa. No dia 3 de março precisou ir para o hospital, no dia 4 do mesmo mês foi intubada e, em 15 de março, veio a falecer.

Já João José, tio da jovem, precisou ser internado no dia 6 de março, apenas para acompanhamento médico. Em 30 do mesmo mês foi liberado para home care, porém, na madrugada da última sexta-feira (2), precisou novamente ser internado, porém, dessa vez direto na UTI. No sábado (3), a equipe médica realizou um procedimento para a retirada de água dos seus pulmões, no entanto, o órgão não atingiu seu tamanho normal novamente e ele morreu.