Após a morte do soldado Wesley, São Paulo cria cartilha para ajudar policiais com problemas psicológicos

A criação da cartilha visa orientar os policiais a como agirem diante de colegas com transtornos.

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Demorou mais do que devia até que todos percebessem que o soldado Wesley Soares Góes, da Polícia Militar da Bahia, precisava de ajuda. O soldado sofreu sozinho até perder o controle, efetuar disparos de arma de fogo em meio a gritos de ordem e ser morto pelos próprios irmãos de farda.

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Pensando na tragédia ocorrida com o soldado Góes e que certamente acontecem devagar e em silêncio nos quartéis Brasil afora, a Polícia Militar de São Paulo planejou uma cartilha, que deverá ser produzida e entregue a cada integrante da PM paulista.

A intenção da cartilha é permitir que os policiais tenham a capacidade de identificar os colegas que precisam de ajuda e que possam oferecer risco para si mesmo e para todos a sua volta para que, assim, algo possa ser feito a tempo.

O major Mario Kitsuwa, subchefe do Caps (Centro de Atenção Psicológica e Social) da PM paulista e um dos criadores da cartilha de prevenção ao suicídio policial, afirmou que existe uma rede para prestar assistência ao policial militar, porém, é necessário que o agente chegue até essa rede e esse é o principal objetivo dessa cartilha.

De acordo com o major, a iniciativa pretende ir além de simplesmente capacitar os policiais militares de todos os níveis hierárquicos a identificarem sinais de que um colega precisa de ajuda, chegando a fazer com que os mesmos saibam como agir e o que falar para o parceiro que por ventura apresente conversas com teor suicida.

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Mario acrescenta dizendo que ouvir que o colega quer tirar a própria vida é algo bem difícil para um profissional. “Nós estamos tentando fazer com que os policiais não se desesperem. Está certo que é um processo de longo prazo, mas que eles entendam que a pessoa está sofrendo e, se ela está compartilhando isso, é porque quer ajuda e a gente tem condições de ajudar”, afirmou o major.