Juntos há mais de 40 anos, casal morre por Covid-19 em um intervalo de 24h; família desabafa: ‘maldito vírus’

Familiares preparavam sepultamento de Neli, quando chegou a notícia do falecimento do companheiro dela.

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A pandemia do coronavírus segue devastando as famílias brasileiras em larga escala, culminando em histórias desoladoras, que nem sempre terminam com um final feliz de vitória contra a doença. Em Santa Catarina, um casal que estava junto há 42 anos morreu pela Covid-19 em um curto intervalo de 24 horas de diferença e com uma distância de 600 km.

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Internados em unidades hospitalares distintas pela falta de leitos de UTI em Santa Catarina, Neli Teresinha Correa de Oliveira, de 65 anos, e Joaquim Soares de Oliveira, de 75 anos, foram vítimas da doença. Residentes em Chapecó, os dois estavam internados em Maravilha e Criciúma, respectivamente. 

A esposa morreu no dia 28 de fevereiro, enquanto Joaquim veio a óbito no dia seguinte, sem saber o que tinha acontecido com a mulher. Filho do casal, Márcio Adriano Corrêa, de 47 anos, deu uma entrevista emocionante ao portal G1, lamentando o ocorrido com os pais. 

“Eram um casal muito alegre. Um não ia sobreviver longe do outro. A gente sente muito pela forma como esse maldito vírus vem tirando essas vidas da gente”, disse Márcio. 

Internação

Segundo o filho do casal, no dia 17 de fevereiro, Neli e Joaquim começaram a apresentar os primeiros sintomas da Covid-19. Ambos buscaram atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Chapecó. Dois dias depois, eles foram transferidos para o Hospital Regional do Oeste, também situado no município onde residiam. 

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O casal permaneceu no local e aguardaram juntos por uma vaga na UTI. Diante da superlotação na unidade de referência do município, os dois foram transferidos para outras cidades circunvizinhas, sendo separados. Joaquim foi para Criciúma, enquanto dona Neli foi levada para Maravilha. 

Ainda de acordo com Márcio, os pais vinham respondendo ao tratamento de forma diferente. Dona Neli apresentava melhora e até chegou a se comunicar com os filhos através de videochamada. Joaquim, no entanto, tinha um quadro mais delicado. No dia 28 de fevereiro, o cenário mudou. Neli acabou sofrendo uma AVC e não resistiu. Quando os familiares preparavam o sepultamento dela, veio a notícia que o patriarca também havia morrido.