Conhecida como “doença da urina preta”, a Síndrome de Haff voltou aos holofotes nas últimas semanas após duas irmãs em Recife serem internadas após ingerirem o peixe da espécie Arabaiana em um almoço. Com sintomas mais graves, a médica Pryscila Andrade, de 31 anos, ficou internada em uma UTI do Hospital Real Português, e não resistiu às complicações da doença.
Segundo os médicos, a Síndrome de Haff pode acarretar à degradação de músculos e a outros sintomas mais graves, como por exemplo, insuficiência renal.
Apesar de pouco conhecida, infectologistas apontam que a doença da urina preta é provocada pela ingestão de pescado que são contaminados por uma toxina que é capaz de causar necrose muscular, degradando os músculos.
De onde vem?
Segundo o infectologista Tiago Lôbo, em entrevista ao portal G1, a Síndrome de Haff está ligada ao consumo de peixe como arabaiana, popularmente conhecido como olho de boi. Contudo, a forma que o animal é contaminado ainda é divergente entre os especialistas.
“A doença ocorre quando a gente consome peixe com uma toxina que provavelmente é associada ao consumo de algas marinhas”, afirmou Tiago Lôbo.
Além do Pernambuco, a Bahia também registrou um aumento significativo de diagnósticos da doença da urina preta.
Por outro lado, o médico infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo, disse que a Síndrome de Haff está ligada ao mau armazenamento dos pescados. Segundo ele, os peixes quando mal conservados produzem uma toxina que tem a capacidade de afetar diretamente o músculo.
A versão do especialista é contestada por outros infectologistas que afirmam que se essa teoria se comprovasse, os casos da doença seriam exponenciais e não isolados.