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Há quase um ano de pandemia no Brasil, os profissionais de saúde vêm enfrentando uma batalha árdua para salvar vidas e se manterem vivos. Essa luta diária está deixando marcas profundas em quem está na linha de frente dessa missão, tentando combater a Covid-19, muitas vezes sem o descanso necessário para repor as energias.
Por conta disso, a diretora britânica Claire Goodwin-Fee advertiu que esses médicos e enfermeiros, que passam horas dentro de hospitais e casas que acolhem os idosos, estão à beira de um colapso. Claire é responsável por gerir a organização que oferece apoio psicológico gratuito a toda equipe médica do Reino Unido.
Essa organização foi batizada de Fronline19, ela tem ajudado semanalmente 1,8 mil profissionais em condições de estresse mental extremo. Durante entrevista à BBC, a diretora explicou o tamanho do dano mental e do fardo que essas equipes de saúde têm carregado por trabalhar diretamente com pacientes graves de coronavírus.
Segundo Claire, as pessoas ficam mal e ansiosas só de saberem o que vão ver no hospital ao chegarem para trabalhar, muitos não vão encontrar os enfermos que deixaram aos cuidados dos colegas ao retornarem para o seu plantão. Goodwin-Fee contou, ainda, que muitos da equipe médica trabalham no piloto automático, correndo o risco de ficarem incapacitados de seguirem em frente ao forçarem seu limite físico.
Ao atender um médico jovem que não via a família há um tempo, mantendo-se isolado deles para protegê-los, a diretora contou que um profissional estava traumatizado por perder dois colegas de batalha para a Covid-19. “Ele colocou a cabeça na mesa, soluçou e disse: não aguento mais”, disse ela.