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Advogado e ex-prefeito da cidade de Tabatinga, no Amazonas, Francisco Balieiro é uma das vítimas da pandemia do coronavírus no Brasil. Não, ele não morreu, mas está com o coração dilacerado. A Covid-19 chegou com tudo à família dele e vitimou quatro pessoas.
Na terça-feira (12), Francisco foi fotografado pelo cunhado enterrando o irmão, Ulisses Balieiro Filho. A cena é de cortar o coração. O caixão, lacrado, está encoberto com uma espécie de filme plástico. Francisco aparece sozinho, desolado. A cerimônia cumpriu as normas determinadas pelo Ministério da Saúde para mortes por Covid.
O advogado perdeu dois irmãos, a cunhada e a filha. Alana Gabriele, de 27 anos, morreu em dezembro do ano passado. Se não bastasse tudo o que aconteceu, a mãe de Francisco está internada com Covid-19. A família já foi a 11 unidades de saúde públicas e privadas.
A situação no Amazonas é grave. Onde havia vagas para interná-la, não havia oxigênio. A cidade de Manaus sofre desde ontem com a falta de cilindros de oxigênio. A mãe de Francisco foi internada em um hospital privado. Ele desabafou nas redes sociais.
“O dia D, ministro, para mim foi o dia 12.01.2021. A hora H, foi 11:30 horas, desta cena, que jamais sairá de minha memória. Como disse, os horrores não haviam terminado no dia D. Na noite deste para o dia 13, foi de completa vigília, agonia, desespero, aflição”, escreveu. A referência é a fala do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou que a vacinação começaria na hora H e no dia D em todo o Brasil.
Até o momento, mais de 200 mil vidas foram perdidas para a Covid-19 no país. Este número representa 10% das mortes no mundo. Nesta sexta-feira (15), o mundo ultrapassou a marca de dois milhões de óbitos em decorrência da doença causada pelo coronavírus.