Brasileiros pulam as 7 ondas em homenagem à Iemanjá e reprimem religiões afro-brasileiras, diz colunista

Pedro Borges, da coluna Alma Preta, refletiu sobre tradições e violência contra religiões afro.

PUBLICIDADE

Em meio às tradições e comemorações da virada de um ano para outro, algumas pessoas costumam repetir práticas às quais já se tornaram hábito a cada Réveillon. De acordo com o colunista Pedro Borges, da coluna Alma Preta, quem passa a virada do ano no litoral costuma pular as sete ondas à meia-noite e fazer um pedido para cada uma delas.

PUBLICIDADE

Segundo Pedro, o ritual se aproxima da Umbanda e é realizado por seus adeptos para homenagear Iemanjá, orixá do mar e das águas. Com o ato, seu praticante espera que o ano que se aproxima seja de realizações e que os ciclos e problemas do ano anterior sejam deixados para trás.

A figura de Iemanjá é consagrada do Brasil, principalmente pela devoção dos pescadores que pedem à orixá que abençoe sua pesca. De acordo com Felipe Brito, Ebomi do Ilê Maroketu Axé Oxum (SP) e diretor geral da Ocupação Cultural Jeholu, Iemanjá é considerada a mãe de todos os orixás. O colunista Pedro Borges refletiu sobre a questão do racismo religioso e sobre o ódio de muitos às religiões de matriz africana.

Diante das manifestações de ódio de violência contra tais religiões, Felipe Brito chama a atenção para o fato de tantas pessoas que praticam tais atos pularem as sete ondas, prática realizada por membros de religiões afro-brasileiras. Segundo o diretor, as pessoas acreditam que Iemanjá seja branca.

O pular 7 ondas não é um ato para a Iemanjá do povo Iorubá, africana, nigeriana, negra. Você está pulando para aquela Iemanjá idealizada branca do cabelo preto, escorrido, liso até a cintura, com o corpo fitness. Uma Iemanjá extremamente padronizada e eurocêntrica”, completa Brito.

PUBLICIDADE

Cabe ressaltar que a violência contra qualquer tipo de religião é considerada violação aos direitos humanos, portanto, passível à punição. O cidadão que presenciar qualquer violência do gênero pode realizar uma denúncia através do Disque 100, canal criado pela Secretaria de Direitos Humanos.