As mortes das pequenas Emilly Victoria, de 4 anos, e Rebecca Beatriz, de 7 anos, comoveu o Brasil na última sexta (4). As duas crianças brincavam em frente à residência delas em uma comunidade de Duque de Caxias, quando foram alvejadas por uma mesma bala perdida. A mais nova foi atingida na cabeça, enquanto Rebecca, no tórax. Socorridas, elas acabaram não resistindo aos ferimentos.
Depois de um sepultamento comovente no último sábado (5), familiares das primas, amigos e movimentos se reuniram na tarde de ontem (6), na Praça Raul Cortez, no Centro de Duque de Caxias, para pedir Justiça.
Mãe desabafa
Durante o ato, a mãe de Emilly, Ana Lúcia Silva Moreira, voltou a reforçar o discurso de que no momento em que a filha e a sobrinha foram alvejadas não havia confronto, operação policial ou tiroteio.
“Eles só sabem fazer isso, dar tiro. Olhou, dá tiro. Quando percebi, eu só peguei o documento. Porque eu já sabia, minha filha já estava estirada. A minha filha levou tiro de fuzil na cabeça. A minha filha já estava morta”, disse Ana Lúcia Silva Moreira, reiterando ter o apoio dos moradores da comunidade durante o protesto.
Polícia nega
Diferentemente da versão contada pelos familiares das crianças, a Polícia Militar, em nota, nega que a equipe que estava fazendo o patrulhamento no momento em que as primas foram alvejadas foi responsável pelos disparos ouvidos pela comunidade. A PM diz que os agentes ouviram disparos e se dirigiram ao local, mas não dispararam.
No último domingo (6), as armas dos agentes envolvidos no patrulhamento no dia em que Emilly e Rebecca foram mortas tiveram as armas apreendidas para investigação.