Homem que gravou assassinato de negro no Carrefour desenvolveu doença após as cenas traumáticas que presenciou

O motoboy foi o responsável pelos vídeos que viralizaram por todo o planeta.

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O motoboy José, nome dado para que sua identidade fosse preservada, autor da gravação da morte do aposentado João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, relatou para o UOL que está tendo problemas de ordem psicológica desde o dia do crime. A vítima, que é negra, foi espancada até a morte por dois seguranças brancos nas dependências do supermercado Carrefour da cidade de Porto alegre, Rio Grande do Sul.

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Os vídeos que ele gravou a partir de seu aparelho celular viralizaram por todo o mundo, causando indignação e onda de protestos. Passados 14 dias desde o fatídico dia do crime, alega ter dormido apenas por duas noites, tendo em vista o cansaço psicológico decorrente do evento estressante.

Toda vez que se deita para adormecer, José recorda as cenas que viu diante dos seus olhos, gravadas pelo aparelho celular. As imagens sempre se repetem em sua mente, chegando a reproduzir o barulho dos socos e os sons das vozes que marcaram o momento do assassinato.

Uma das cenas mais icônicas, que não saem da mente de José, constam de uma mãe que tapou os olhos do seu filho diante da cena da agressão. A mulher também gravou o espancamento, por meio de seu aparelho celular para que pudesse ser utilizado como prova.

O motoboy chegou a se aproximar dos agressores, pedindo para que o espancamento fosse cessado, mas ficou inerte diante da situação, tendo em vista que dois homens estavam por cima de João Alberto. Adriana Alves Dutra, 51, agente de fiscalização do Carrefour, chegou intimidar, dizendo que ele poderia ficar “queimado” na loja.

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José permaneceu no local até o momento em que a ambulância chegou para prestar os primeiros socorros. Ele se recorda do massageador cardíaco gritar desesperado: “Tente mais forte, tente mais forte”.