A Polícia Civil informou de maneira preliminar, na manhã desta sexta-feira (20), que João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, provavelmente morreu em virtude de ataque cardíaco provocado pela sequência de espancamentos que sofreu. O homem, de pele negra, era cliente do Carrefour na loja do Passo D’Areia, zona norte de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), e fazia suas compras semanalmente no local.
A delegada Roberta Bertoldo, responsável pela 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirma que Freitas pode ter sido acometido por uma “parada cardíaca decorrente das agressões e também pelo fato de ter sido pressionado contra o chão”. Imagens gravadas por populares mostram o momento em que os seguranças envolvidos na barbárie, dois homens brancos, pressionam o peso do corpo apoiados pelo joelho sob Freitas.
Apesar de ensanguentado e visivelmente inconsciente, a vítima continua a sofrer uma cruel judiação, contando com murros na face e pontapés pelo corpo. Um dos envolvidos, policial militar temporário, foi levado para o presídio da corporação. O segundo, funcionário terceirizado da empresa que presta serviços de vigilância ao Carrefour, está à disposição da Polícia Civil. Ambos responderão pelo crime de homicídio qualificado.
Ambos foram identificados como sendo Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz. Em nota pública, o Carrefour lamentou o ocorrido, disse que contribuirá com o andamento das investigações e informou a ruptura contratual com a empresa prestadora do serviço de vigilância.
Ainda não está claro se o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva era, de fato, funcionário da referida empresa. Testemunhas alegam que ele estaria fazendo compras no local, e teria interferido na briga para apartar. A versão é contestada pelas imagens, as quais mostram verdadeiro espancamento.