‘Me ajuda’, gritou à esposa homem negro morto por seguranças no Carrefour; essas foram suas últimas palavras

Milena Borges Alves está em choque com a brutalidade que presenciou diante dos seus olhos, e o caso revolta o país.

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A noite desta quinta-feira (19) ficará marcada para sempre na memória de Milena Borges Alves, 43 anos. Ela é esposa de João Alberto Silveira Freitas, 40, homem negro espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour em Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Em entrevista para a Rádio Gaúcha no início da manhã desta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra.

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Esposa relembra últimas palavras de homem espancado

Enquanto passava suas compras pelo caixa, Freitas foi conduzido pelos seguranças para fora do estabelecimento, de acordo com a versão dos acusados. Uma funcionária alega ter sido ameaçada pelo homem, motivo pelo qual acionou os vigilantes. No estacionamento do supermercado, a vítima começou a ser brutalmente agredida, apesar de em desvantagem numérica e imobilizado.

Milena Borges, porém, disse em sua versão que o marido foi à frente para buscar o automóvel no estacionamento do supermercado quando foi abordado pelos seguranças. Quando ela desceu até o piso inferior, deparou-se com Freitas sendo agredido pelos seguranças.

As últimas palavras de Freitas foram marcadas por um grito de socorro. “Quando eu cheguei lá embaixo ele já estava imobilizado. Eu tentei me aproximar, mas os seguranças me empurraram. Ele disse para mim: ‘Me ajuda, Milena'”, recorda a esposa da vítima, abalada e profundamente emocionada.

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Beto, como era conhecido entre as pessoas mais próximas, tinha uma personalidade feliz e extrovertida. O alto-astral do marido, de acordo com a esposa, era contagiante em todos os ambientes. “Ele estava sempre brincando, estava sempre com o gato dele”, prosseguiu.