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Duda Salabert (PDT) alcançou um feito nunca antes ocorrido na história da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Ela foi a primeira mulher transexual eleita e, de quebra, foi a vereadora mais votada da história da cidade para o cargo no legislativo. Quando 99% das urnas haviam sido apuradas na noite deste domingo, dia 15 de novembro, a professora de Literatura e ambientalista já somava 37.500 votos.
A vereadora eleita reconhece esta vitória como algo que transpassa sua esfera pessoal sendo, por conseguinte, a “vitória dos Direitos Humanos”. Em entrevista concedida ao portal BHAZ, Duda recordou o ambiente hostil em que a população transexual brasileira vive. “Quando uma travesti avança a sociedade inteira avança. Vivemos em um país que mata mais travestis no planeta”, declarou.
A ativista mandou um recado direto e afrontoso para os vereadores que foram derrotados no pleito municipal, os quais fizeram parte das discussões relativas ao Escola Sem Partido, um projeto de lei que visava impedir manifestações de cunho político dos professores dentro das salas de aula.
Duda Salabert disse que a sua vitória é uma resposta para essa parcela política que, segundo ela, possui o fascismo correndo nas veias. “Bem feito, bem feito, bem feito. Vereadores que têm a veia facistóide”, provocou.
A vereadora eleita possui um passado ligado com a política. Nas eleições de 2018, foi a primeira candidata a travesti da história a concorrer para o Senado Federal. Naquele pleito, obteve 351.874 votos válidos em Minas Gerais. Ela se filiou recentemente ao PDT, partido de Ciro Gomes, em setembro de 2019. Antes disso, Duda Salabert era filiada ao Psol, mas deixou a legenda em clima de desavenças acusando o partido de “transfobia estrutural”.