Especialista avalia impacto da eleição americana na economia brasileira

O especialista afirma que a vitória democrata que se desenha no horizonte pode trazer benefícios para o Brasil.

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O discurso do presidente Donald Trump, na noite de ontem, tumultuou o mercado financeiro e o reflexo foi sentido nesta sexta-feira, com a queda das bolsas norte-americanas e intensa movimentação no mercado brasileiro. O clima de instabilidade aumentou a oscilação das bolsas de valores e a cotação do dólar mundo afora. “A fala de Trump afeta diretamente a economia mundial e isso reflete no Brasil. O discurso de ontem, baseado em denúncias sem qualquer comprovação, levou três grandes canais de televisão a interromperem a transmissão. Isso, somado à judicialização da eleição, teve reflexo direto na movimentação nas bolsas e no mercado financeiro”, explica Yuri Utida, gestor de riscos financeiros especializado em neurociência e comportamento
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No final da manhã, no entanto, a virada de Joe Biden na Pensilvânia e o desenho mais nítido de uma vitória democrata amenizaram as incertezas. “Quando o cenário fica mais definido, o mercado sabe como deve se comportar e isso reduz as oscilações e pavimenta o caminho para a retomada dos investimentos. No Brasil, a Ibovespa e as ações já reagiram”, acrescenta Utida. 

O especialista afirma que a vitória democrata que se desenha no horizonte pode trazer benefícios para o Brasil. “Um perfil mais equilibrado como o de Biden deixa muita gente otimista e esse é o justamente caminho mais rápido para a retomada dos investimentos”, completa. 

Diferente do governo Trump, o democrata já deu indicativos de que vai pressionar o governo brasileiro com a questão ambiental. “Isso pode afetar diretamente a forma como o agronegócio é tratado aqui no Brasil, certamente esse setor será impactado pela provável eleição do democrata, mas ainda é cedo para definir como acontecerá”, diz o gestor. 

Em outra frente, é esperado que um governo Biden permita ao governo norte-americano ter uma relação melhor com a China. “Essa proximidade maior, caso ocorra, pode abrir o mercado também para o Brasil, que tende a acompanhar a movimentação dos Estados Unidos e isso é extremamente positivo para a nossa economia”, finaliza o especialista.

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