Homens são encontrados em condição análoga à de escravos na Bahia em pleno século XXI; não havia cama, água e comida

O mais velho do grupo de 37 homens tem 67 anos e vivia em condições totalmente indignas para seres humanos.

PUBLICIDADE

Trabalhos coordenados pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) no estado da Bahia resultaram na descoberta de um grupo de 37 homens trabalhando em condições de escravidão. O mais velho tinha 67 anos. Foram 22 pessoas em Várzea Nova, 14 em Jacobina e uma em Mulungu do Morro.

PUBLICIDADE

Conforme apurado pelos fiscais, os barracões onde os homens moravam não possuem instalações sanitárias (banheiro), energia elétrica, camas apropriadas e cozinha. A água, utilizada para beber e preparar os alimentos, apresentava coloração amarela, não passava por tratamentos e era armazenada em galões reutilizados onde era transportada gasolina, em condições totalmente insalubres para consumo de seres humanos.

Para dormir, eles usavam pedaços de espumas colocados diretamente no chão ou em cima de flechas (varas de madeira) do próprio sisal. Roupas, alimentos e objetos pessoais não tinham onde ser depositados, ficando ao léu.

Para fazer as necessidades fisiológicas, em virtude da ausência de banheiro, os trabalhadores tinham que embrenhar no meio da mata, sem nenhum tipo de privacidade, tampouco conforto. Com desrespeito total à dignidade da pessoa humana, os homens eram submetidos a vários riscos contra a saúde.

De acordo com as investigações, o valor recebido por mês era inferior ao salário mínimo fixado no país, podendo variar de R$ 350 a R$ 950. O piso salarial no país, de R$ 1.045,00, cabe ressaltar, corresponde a jornadas de 44 horas semanais, o que possivelmente ia muito além do que os trabalhadores exerciam nas condições de escravidão.

PUBLICIDADE