Caso Mizael: Polícia Militar diz que atirou em garoto de 13 anos ’em legítima defesa’ por ele estar armado

Familiares do adolescente negam a versão dos policiais, alegando que o garoto estava dormindo no momento da invasão.

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O inquérito que apurou as causas da morte do garoto Mizael Fernandes da Silva, de 13 anos, morto pelo Comando Tático Rural da Polícia Militar (Cotar) com tiro à queima-roupa, concluiu que os policiais agiram em “legítima defesa própria e de terceiros”. O caso foi registrado no município cearense de Chorozinho, na madrugada do dia 1º de julho.

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De acordo com os policiais militares, o garoto estava em posse de uma arma de fogo e não acatou o pedido de soltar o armamento. Em virtude do risco que poderia causar para os agentes, teria sido necessário alvejá-lo com o tiro. A execução ocorreu quando os agentes entravam na casa de Mizael.

O resultado obtido por meio do inquérito vai na contramão do que declaram os familiares do adolescente de 13 anos. Eles alegam que Mizael estava dormindo em seu quarto quando os policiais invadiram a casa e o executaram. Informações apuradas pelo portal de notícias G1 apontam que o resultado do inquérito foi concluído no último dia 24 de agosto, sendo mantido em sigilo por determinação da Justiça até então.

Após o disparo em Mizael, os policiais o conduziram para um hospital do município, mas o garoto não sobreviveu. A família afirma que os agentes também levaram o edredom e o travesseiro com os quais o menino estava dormindo.

Também segundo familiares, Mizael estaria na cidade para realizar um tratamento médico e estava dormindo na casa de sua tia, Lizangela Rodrigues. O caso despertou grande revolta nos moradores da região. Comerciantes chegaram a baixar as portas em luto, e populares interditaram um trecho da BR-116, altura do km 70, ateando fogo em pneus e galhos de árvore.

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