Médico é apedrejado por familiares de vítima da Covid-19 e toma decisão drástica: ‘Não aguento mais’

Cenário de calamidade na saúde pública da Argentina tem se agravado nos últimos dias.

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Responsáveis por estar na linha de frente no combate ao coronavírus, os médicos têm vivenciado uma rotina amplamente cansativa e de muito risco de infecção nos últimos meses, por conta do contato próximo com pacientes infectados. 

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Na Argentina, o médico Daniel Gatica chegou ao seu limite e tomou uma decisão drástica de abandonar a linha de frente após ser apedrejado por familiares de um pacientes que morreu diagnosticado com a Covid-19. 

Em um post em seu perfil no Facebook, Gatica explicou os fatores que corroboraram com a sua postura de pedido de demissão, e desabafou. 

“Hoje digo basta, hoje sinto que fracassei. Estou cansado de ter três mortes em uma tarde ou cinco em uma noite e saber que nunca há um leito na UTI”, escreveu. “Quantas vezes eu dormi de pé ainda usando o EPI (equipamento de proteção individual) depois de atender 32, 40 ou 64 pacientes”, disse o profissional de saúde. 

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Caos total

Daniel Gatica ainda disse que, no hospital de Orán, cidade que fica em uma zona interior da Argentina, oxigênio para os pacientes era um “luxo”. Exausto, o profissional afirmou que já se sentia cansado de ter que escolher para daria um leito ou um tubo de oxigênio semivazio.

“Não aguento mais”, lamentou o Gatica.

Cenário alarmante

Apesar de adotar uma rígida quarentena nos meses iniciais da pandemia, a Argentina tem sofrido uma onda expressiva de novos casos da Covid-19. Na última segunda (21), o país vizinho bateu o recorde diários de mortes pela Covid-19, foram 429 mortes em 24 horas. No último balanço divulgado, o número de infectados atingia a marca de 678 mil, com 536 mil recuperados, enquanto o índice de óbitos aparecia com quase 15 mil.

Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Santa Fé são as províncias mais afetadas.