Nunca antes na história democrática do Brasil, um presidente da república depôs presencialmente em um tribunal durante seu mandato, e, Jair Bolsonaro será obrigado a depor após a decisão tomada pelo decano da Suprema Corte, o ministro Celso de Mello.
Mesmo após a recomendação dada pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras, de que o presidente poderia prestar seu depoimento por escrito, Celso de Mello optou pela presença física do presidente no Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro dará sua versão sobre a investigação da interferência na Polícia Federal
A investigação que colocará o presidente da república na maior corte de justiça do país é sobre sua possível interferência na Polícia Federal. As acusações foram feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que acusou judicialmente o presidente de tentar mudar o comando da PF do Rio de Janeiro.
O inquérito apura se o presidente tentou interferir na Polícia Federal, uma instituição que possui autonomia. Segundo a acusação de Moro, Bolsonaro tentou interferir no comando visando favorecer aliados e obter informações sigilosas de investigações em andamento.
Ex-presidentes da república sempre apresentaram defesa por escrito
Bolsonaro entrará para a história como o primeiro presidente a comparecer em um tribunal de justiça estando em mandato, um fato inédito, e que nunca antes ocorreu no Brasil desde a redemocratização ocorrida em 1992.
Fernando Collor de Mello, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer foram alvos de investigações e sempre autorizados a apresentarem suas defesas por escrito. Somente compareceram a tribunais quando estavam fora do cargo de presidente da república.