Após previsão de caos, África intriga por impacto brando da Covid-19; especialistas apontam possíveis motivos

A África aprendeu lições valiosas com o ebola e tem feito o mesmo com o coronavírus.

PUBLICIDADE

Milhares de pessoas mortas e sistemas de saúde em colapso: esse foi o cenário caótico da pandemia do coronavírus no mundo. Países de primeiro mundo com uma excelente infraestrutura não conseguiram lidar com a ferocidade imposta pelo vírus, que deixou um rastro de morte por onde passou.

PUBLICIDADE

O sistema de saúde da África é precário e enfrenta muitos problemas. Por esse motivo, os profissionais de saúde previam um caos nos países africanos quando o coronavírus chegasse à população. Centenas de milhares e até milhões de mortos: esse era o quadro que os especialistas imaginavam. Contudo, quatro meses depois não é esse o cenário que se concretizou no local.

Enquanto em muitos continentes os casos de Covid-19 e óbitos explodiam, a África acabou sendo poupada de uma taxa alta de mortalidade em virtude do vírus, mesmo com muitas cidades vivendo na pobreza extrema e em condições de higiene precárias. Intrigados com a situação, cientistas publicaram uma análise das possíveis causas para esse quadro relativamente brando da pandemia na região.

Um dos fatores apontados pelos especialistas foram as medidas restritivas de viagens, toque de recolher, fechamento de escolas, todas essas atitudes foram tomadas de forma precoce se comparado a outros locais. Isso aconteceu mesmo antes de o país ter um único caso de coronavírus.

Os profissionais que trabalharam no relatório atribuíram a disposição de tomar medidas de forma precoce às difíceis experiências que já forma enfrentadas pelos países africanos. Infelizmente, eles já precisaram lidar com doenças gravíssimas e de alta letalidade como Ebola e febre hemorrágica de Lassa. Felizmente, a reação rápida foi provavelmente uma das razões para que o vírus tivesse uma propagação mais lenta.

PUBLICIDADE

Contudo, os estudiosos acreditam que haja outros motivos para que os africanos não tenham enfrentado um cenário mais extremo da pandemia, já que a maioria da população trabalha no setor informal onde é difícil impor regras extremas e medidas de confinamento. Considerando todos esses detalhes, um dos motivos poderia ser a idade populacional, em que a média é de 19,7 anos. Mesmo que a doença possa infectar os jovens, de forma geral é mais grave em pessoas idosas.

A baixa taxa de contágio também pode estar ligada a idade, pois os jovens geralmente são assintomáticos e, por não sentirem qualquer sintoma, não são submetidos a testes e exames. Os cientistas também sugerem que a imunidade da população a patógenos pode ser outro fator que ajude a explicar o impacto brando da pandemia no continente africano.