Homem com doença incurável transmitirá a própria morte ao vivo como forma de protesto; tratamento será interrompido

O ato será uma espécie de protesto contra as leis da França, que proíbem a eutanásia em pacientes com males incuráveis.

PUBLICIDADE

Alain Cocq, de 57 anos, sofre há cerca de 34 anos com uma doença incurável e rara, ainda pouco conhecida pelos médicos. Sua condição clínica causa uma espécie de colagem nas artérias, o que promove parada ou insuficiência da circulação sanguínea em determinados órgãos, ou tecidos. Com isso, as dores são intensas, levando o homem a viver prostrado em uma cama, com total dependência.

PUBLICIDADE

Em uma atitude desesperada, Alain Cocq chegou a enviar uma carta para o presidente da França, Emmanuel Macron. No texto, ele pede para que lhe seja concedido o direito a uma eutanásia, requisitando sedação profunda para que possa “partir em paz”.

De acordo com informações publicadas pelo jornal Le Monde, o presidente da França teria rejeitado o pedido. Apesar de se compadecer com a situação de Alain Cocq, permitir a eutanásia é algo que estaria acima das leis do país, o que não lhe dá autonomia para tal. “Como não estou acima da lei, não posso concordar com sua exigência”, teria escrito Macron.

Com a negativa do governo de seu país, o homem decidiu interromper por si próprio os tratamentos. A decisão foi anunciada recentemente, e a partir da noite da última sexta-feira (4) ocorreria a interrupção total dos tratamentos.

As expectativas do paciente é que demorem cerca de quatro dias até a sua morte. Tudo será transmitido pelas redes sociais, em forma de manifesto. Alain Cocq afirma querer usar a sua situação para evidenciar o sofrimento que as leis do país causam aos franceses que optam pela eutanásia, mas não têm permissão para tal.

PUBLICIDADE