‘Médico que faz aborto ilegal em amante de político não vai preso’; disse obstetra que conduziu aborto de menina abusada

O diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) é defensor da liberação do procedimento de aborto pelo SUS.

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Olímpio Moraes Filho, médico obstetra e diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), onde a menina violentada pelo tio passou por um procedimento de aborto, é um grande defensor da causa, sobretudo em casos de mulheres vítimas de estupro. No ano de 2015, durante um debate no Senado Federal sobre o tema, fez críticas sobre o que classifica como hipocrisia no trato da questão do aborto.

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“Acho que a gente está salvando vidas, porque essas mulheres morrem. Essas mulheres que morrem não estão sentadas aqui. Se fosse as nossas filhas, filhas de senadores, de deputados, que morressem de aborto, isso aí já tinha mudado. Como são mulheres que não estão sentadas aqui, são mulheres pobres… No Brasil, o aborto não é crime para uma parcela da população, que tem um aborto seguro, nos hospitais”, disse na oportunidade.

O obstetra defende que o aborto seja disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como mecanismo capaz de salvar a vida de mulheres que muitas vezes sofrem consequências terríveis por abortos realizados em clínicas clandestinas. Em contrapartida, as mulheres que têm grande poder aquisitivo também o fazem, de maneira ilegal, mas em clínicas e hospitais adequados.

Para exemplificar tal acusação, sem citar nomes, Moraes Filho afirmou que existem médicos que lucram altas quantias com procedimentos ilegais de aborto em seus consultórios pessoais, que chegam a custar a faixa de R$ 3 mil.

A carreira do diretor do Cisam como obstetra já conta com cerca de 30 anos. Outros abortos já foram realizados em sua trajetória, incluindo em meninas vítimas de estupro. Por conta disso, foi excomungado duas vezes pela Igreja.

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