Mandetta detona Bolsonaro em entrevista à jornal britânico e faz fortes acusações: ‘Sabotagem absoluta’

Ex-ministro da Saúde deixou a pasta após divergências com o presidente da República.

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Primeiro ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro no período de pandemia, Luiz Henrique Mandetta voltou a tecer várias críticas ao chefe do Executivo pela sua postura no combate à Covid-19. Em entrevista ao renomado jornal britânico, The Guardian, o ex-responsável pela pasta afirmou que o presidente levou o país a um “cânion” e será lembrado negativamente por historiadores.

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Na publicação divulgada neste sábado (15), Mandetta disse que Bolsonaro teve papel ativo ao direcionar o Brasil para um cenário “catastrófico”, brincando de política com a vida da população.

Segundo o periódico, Mandetta ainda criticou uma “sabotagem absoluta” do Ministério da Saúde. Após a saída do ortopedista no comando da pasta, o cargo foi assumido pelo oncologista Nelson Teich, que ficou na função por menos de um mês, impulsionado por divergências que teve com Bolsonaro. Desde maio, Eduardo Pazuello assumiu o ministério de forma interina. General de ofício, ele não tem experiência direta na área de saúde. 

“Ele levou o povo brasileiro para um cânion de forma rápida e pessoas caíram e morreram. E, tendo de reconhecer que isso foi um equívoco, isso causou dor. Acho que deve ser politicamente difícil para ele agora”, afirmou Mandetta, que acredita em um possível “remorso” do presidente no futuro.

Na entrevista, Luiz Henrique Mandetta não falou sobre a possibilidade de figurar como candidato à presidência da República nas próximas eleições. Desde a sua saída da pasta, o ortopedista afirmou que não teve mais contato com o chefe do Executivo.

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Números

De acordo com o último balanço divulgado pelo consórcio de imprensa, o Brasil acumulava mais de 106 mil mortes em decorrência da Covid-19. Em escala mundial, o país sul-americano só fica atrás dos Estados Unidos, que já computam 168 mil óbitos.