O trágico acidente que aconteceu na zona portuária de Beirute, capital do Líbano, acendeu um alerta vermelho para todo o planeta. O governo suspeita que a explosão tenha ocorrido a partir de uma substância chamada nitrato de amônio, altamente explosiva, e comumente utilizada em fertilizantes agrícolas.
Por aqui, em terras brasileiras, tendo em vista que somos um dos maiores produtores globais, há grande fluxo desta substância. Somente no ano de 2019, o porto de Santos, o maior da América Latina, recebeu pelo menos 5,5 milhões de toneladas de fertilizantes.
O grande problema ocorrido no Líbano tem relação com o estoque inadequado do nitrato de amônio. Em baixas quantidades, e em temperatura adequada, não há potencialidade para explosão, conforme apurou o portal G1.
Para o engenheiro químico e secretário de Meio Ambiente de Santos, Márcio Gonçalves Paulo, ouvido pelo portal de notícias G1, a combinação de produtos químicos resultou na explosão no Líbano e isso pode ocorrer no Porto de Santos. Um acidente de tamanha proporção pode ocorrer por conta de diversos fatores. Temperatura e umidade do ar presentes no depósito são alguns dos mais importantes.
Pelo fato do porto de Santos movimentar e armazenar produtos de altíssima peliculosidade, as empresas precisam apresentar frequentemente planos de segurança para a Defesa Civil de Santos. Ao menos 11 acidentes envolvendo produtos químicos já foram registrados na Baixada Santista. Um dos mais famosos, ocorrido em 2017, chegou a provocar uma enorme fumaça colorida nos céus de Cubatão.