Guarda humilhado por desembargador diz que não aceita pedido de perdão e joga tudo no ventilador

Guardas Municipais afirmaram, em entrevista, já terem enfrentado ações parecidas dos cidadãos.

PUBLICIDADE

Uma cena virou notícia nesse final de semana. O desembargador Eduardo Siqueira foi flagrado destratando um guarda municipal da cidade de Santos, após este pedir que o jurista do Tribunal de Justiça de São Paulo usasse máscara de proteção. O item é obrigatório no município, em virtude da pandemia de coronavírus. 

PUBLICIDADE

O desembargador não gostou do pedido e humilhou o guarda, o chamando inclusive de “analfabeto”. Neste domingo, 19 de julho, o guarda municipal do vídeo humilhado pelo desembargador falou com o G1. Cícero Hilário disse que não aceitaria um pedido de perdão do jurista, já que se ele ocorresse agora não seria sincero.

Guarda chamado de ‘analfabeto’ por desembargador se pronuncia pela primeira vez

Cícero Hilário garante ainda ter orgulho da sua profissão e que, infelizmente, desde o início da pandemia, outras pessoas também reagiram de forma ruim aos apelos para o uso de máscara. Nenhuma, no entanto, teria sido tão arrogante quanto o desembargador paulista. 

 “[O pior foi] foi ser chamado de analfabeto, quando ele perguntou se eu sabia ler e quando disse que jogaria a autuação na minha cara. A gente não espera uma atitude dessa de um senhor com a formação que ele tem”, lamentou Cícero Hilário, que lembrou estar fazendo apenas o seu trabalho. 

O guarda disse ainda que, desde o episódio, não conseguiu dormir e que tem orgulho de ter cumprido o seu papel. Cícero Hilário revelou ainda que já sabia que o homem era desembargador, pois essa não foi a primeira vez que o jurista age dessa forma tão brusca e sem educação. 

PUBLICIDADE