Mandetta não poupa palavras ao falar de Bolsonaro: ‘se expôs ao ridículo’

Ex-ministro da Saúde voltou a criticar o presidente da República em entrevista à DW Brasil

PUBLICIDADE

Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta concedeu entrevista ao site DW Brasil e não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A relação dos dois ficou muito ruim durante a pandemia do novo coronavírus, que começou em março. 

PUBLICIDADE

Mandetta estava à frente do Ministério da Saúde e começou a ganhar destaque pela forma como estava conduzindo a crise sem precedentes. Paralelo a isso, Bolsonaro ia na contramão do que defendia o ministro, como o isolamento social e a falta de comprovação da eficácia da hidroxicloroquina, remédio defendido pelo presidente no tratamento aos infectados com o novo coronavírus. 

Com o desgaste na relação, Mandetta foi exonerado do cargo em abril. Para o seu lugar, o governo convidou o oncologista Nelson Teich, que ficou apenas um mês no cargo. Em maio, por divergências com o chefe, Teich deixou o comando da pasta. Atualmente, o general Eduardo Pazuello é o ministro interino.

Mandetta crítica Bolsonaro de forma dura

Na entrevista ao DW Brasil, Mandetta afirmou que Bolsonaro o escutou no início, quando ele levou até o presidente informações sobre a gravidade da Covid-19. Mandetta, porém, compara Bolsonaro a um paciente que recebe um diagnóstico ruim do médico. 

Segundo ele, em casos assim, o paciente sai da consulta negando o diagnóstico que recebeu. Logo depois, aparecem a raiva, a tristeza e, por fim, o paciente aceita e colabora com o médico. “O presidente ficou estacionado na primeira fase, que foi de negação”, afirmou Mandetta.

PUBLICIDADE

Para o ex-ministro, Bolsonaro começou a se cercar de pessoas que falavam o que ele queria ouvir. “Ele acreditou e se expôs ao ridículo de ir à rede nacional de televisão dizer que o coronavírus seria só uma ‘gripezinha’ que não mataria ninguém”, criticou Mandetta.