Bolsonaro responde à perguntas sobre altos gastos com cartão corporativo da presidência

Presidente minimizou gastos com cartão corporativo e disse que ficará na presidência até janeiro de 2027.

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, rebateu a reportagem publicada no jornal ‘O Estado de São Paulo‘ sobre os altos gastos de seu governo com o cartão corporativo da presidência. Segundo Bolsonaro, o mês de fevereiro sofreu alta nos gastos do cartão porque ele teve que enviar aviões à China para repatriação de brasileiros que estavam isolados na cidade de Wuhan, em razão do surto da covid-19 no país asiático.

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Segundo o presidente, no mês de fevereiro foram enviados quatro aviões à China, por esse motivo, o gasto mensal do cartão chegou a impressionante marca de R$ 1,9 milhão em um único mês.  No período entre janeiro e abril deste ano, em relação ao último ano do governo de Michel Temer, foram gastos R$ 7,55 milhões em despesas sigilosas da Presidência da República, um aumento de 122%.

Despesas de Bolsonaro fugiram do padrão de gastos de Dilma e Temer

Neste segundo ano de mandato, os gastos com cartão corporativo utilizados por integrantes do governo de Jair Bolsonaro fugiram do padrão estabelecido pelos dois últimos presidentes. Em comparação aos R$ 7,55 milhões gastos nos primeiro quatro meses desse ano, somente Dilma Rousseff se aproximou, quando R$ 4,69 milhões (em valores corrigidos pela inflação) foram despendidos no mandato da petista em 2015.

Lembrando que o cartão corporativo leva em consideração diversas vertentes, entre elas, os gastos corriqueiros do presidente, gastos de familiares do presidente e das residências oficiais. Gastos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também entram nesta soma.

Bolsonaro foi um crítico ferrenho dos gastos com cartões corporativos 

Jair Bolsonaro tinha uma posição totalmente diferente em relação ao cartão corporativo chegando até a debater o fim do benefício à presidência. Em 2008, quando era deputado, Bolsonaro criticou e desafiou o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, a revelar os gastos de seu cartão corporativo.

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Ao ser questionado sobre o aumento de gastos, além das viagens à China, Bolsonaro também justificou o aumento devido as mais de 100 pessoas que cuidam de seu segurança diariamente. Ele disse que é muito econômico em relação aos gastos com cartão, inclusive até desligou o aquecedor do Palácio do Planalto para economizar.